Investigação da citotoxicidade e resistência à corrosão de revestimentos eletrodepositados de cobre, níquel e bronze branco, com e sem camada de ouro, utilizados em aplicações decorativas

Abstract

Devido ao alto custo do ouro, as espessuras das camadas usadas como revestimento vêm se tornando cada vez mais finas, tornando-se difícil evitar a exposição do substrato ao meio através dos defeitos destas camadas. A corrosão de substratos metálicos com revestimento de ouro de baixa espessura é muito comum, pois é difícil eliminar a presença de defeitos nestes revestimentos ocorrendo exposição do substrato a meios corrosivos. Este trabalho tem por objetivo investigar a resistência à corrosão e a citotoxicidade de materiais que são utilizados para confecção de bijuterias e que consistem de material base (substrato), camada intermediária e, camada de ouro como revestimento de acabamento. O material usado neste trabalho como substrato foi o latão. Chapas de latão foram recobertas com camada de cobre pelo processo de cobre ácido. Após revestimento com camada de cobre, as amostras foram divididas em três grupos. Um grupo permaneceu somente com camada de cobre; um segundo grupo foi revestido com camada de níquel brilhante comercial e, um terceiro grupo foi revestido com camada de bronze comercial. Algumas amostras de cada grupo, além da chapa de latão utilizada como substrato, foram ensaiadas sem revestimento de ouro, enquanto outras dos três gurpos tiveram como camada final uma camada de 0,25 µm de ouro comercial liga Au/Ni . A investigação da resistência à corrosão foi efetuada por técnicas de polarização potenciodinâmica e espectroscopia de impedância eletroquímica, utilizando como eletrólitos, uma solução tamponada de fosfato e uma solução de suor sintético. A citotoxicidade dos vários materiais estudados foi testada pelo método de incorporação do vermelho neutro, em meio de cultura celular. Os resultados do presente trabalho permitiram concluir que a camada de bronze apresenta as melhores propriedades de resistência à corrosão e citotoxicidade entre os materiais testados. A resistência à corrosão desta camada foi muito superior à da camada de níquel. A maior resistência à corrosão da camada de bronze em relação à de níquel foi também observada para amostras com camada de ouro, uma vez que este revestimento apresenta defeitos que expõem o substrato. A camada de níquel apresentou elevada tendência à corrosão nos meios de ensaio, e o ataque corrosivo desta foi favorecido pela formação de pilhas galvânicas entre substrato e camada de ouro, causando a liberação de íons do substrato para o meio corrosivo. Consequentemente, camadas intermediárias de níquel sob revestimentos finos de ouro, cerca de 0,25 µm, devem ser evitadas uma vez que íons de níquel causam efeitos alérgicos em grande número de usuários.